Seminário exit! 2021

O COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO HOJE II

24-26.09.2021 em Mainz

 

 

Após o crash financeiro de 2008, que quase ninguém à esquerda esperava, o pânico generalizou-se. O medo de um "colapso do capital" (Tomasz Konicz) foi muito grande. Reuniram-se pacotes de resgate para os bancos e o BCE tentou pôr a economia a funcionar com uma política de taxas de juro baixas. Em breve pareceu a muitos (pelo menos neste país) que a situação estava de novo sob controlo.

Os movimentos de refugiados ameaçaram então este sentimento de recuperação da estabilidade. De imediato, mais uma vez surgiram movimentos de direita (Pegida, AfD, etc.). Em 2020 "o coronavírus" representa um novo surto de crise, sendo que o vírus não deve ser visto como a causa, mas apenas como um acelerador da crise fundamental. Que de resto também sopra flamejante – mesmo independentemente do coronavírus – em todos os cantos e confins deste mundo.

Em "O Colapso da Modernização" (1991), Robert Kurz tinha previsto que a "crise da economia mundial" se seguiria à queda do socialismo do bloco de Leste. Esta previsão tem sido mais do que confirmada.

O seminário deste ano continua o do ano passado, "O Colapso da Modernização Hoje I" (=> https://exit-online.org => Termine => Exit! Seminar 2020) [Em Português: www.obeco-online.org/seminario_exit_out2020.htm]. As gravações das apresentações do ano passado podem ser encontradas em: https://exit-lesekreis-hh.de.

 

Está previsto o seguinte programa:

 

Sexta-feira, 24.09.2021 a partir das 16 horas: Chegada

 

Sexta-feira, 24.09.2021, 19-21 h: Painel de discussão sobre coronavírus

Serão abordados alguns aspectos da crise do coronavírus 2020/21 num painel de discussão com Herbert Böttcher/ Redacção da exit!, Andreas Urban e Fritz Uhnrast/ Círculo de Leitura da Crítica da Dissociação-Valor de Viena e Thomas Bruckner/ Grupo de Crítica do Valor de Karlsruhe.

 

Sábado, 25.09.2021: 10-12 h.: Tomasz Konicz: A Última Traição – Oportunismo na Crise Climática Manifesta. Como é que os carreiristas verdes e de esquerda conseguem manter o capitalismo no meio da crise capitalista do clima?

Baseando-se na sua rica experiência com a esquerda alemã a este respeito, o orador irá, por um lado, lançar luz sobre a quimera muito lucrativa do "capitalismo verde", como baluarte ideológico central do capitalismo tardio, que permite ir mantendo o próprio sistema social que está a alimentar a crise climática. Mostrará também como o redutor pensamento da luta de classes de esquerda e os decadentes produtos do comunismo ortodoxo e do anti-imperialismo abrem caminho para a administração social-democrata da crise, e para um asselvajado oportunismo de abertura à direita induzido pela crise, que nem sequer se coíbe de pescar no caldo castanho do pré-fascismo alemão. Na esteira da brutalização induzida pela crise e da crescente concorrência de crise, a clique política está a dar lugar à balbúrdia em que o denominador comum de todas as correntes do oportunismo alemão de esquerda é a marginalização da crítica da dissociação-valor, cujas radicais consequências práticas estão agora claramente à vista. De acordo com a tese central da palestra, este oportunismo prepara-se agora para a traição final: sacrificar a luta por um futuro que valha a pena viver por uma carreira no presente.

 

Sábado, 25.09.2021, 14-16 h: Gerd Bedszent – O Leste como Bode Expiatório

Já foi há mais de 30 anos que, segundo a (na aparência) surpreendente proclamação dum apparatchik alemão (oriental), a fronteira mais bem fortificada do mundo, considerada quase intransponível, desapareceu abruptamente. Como resultado, o capitalismo experimentou um dos seus maiores triunfos dos últimos cem anos.

Desde então, o establishment político alemão tem utilizado o aniversário da construção ou da queda do "muro" para relativizar as atrocidades do nosso admirável presente novo: Arame farpado, atiradores furtivos e informadores da Stasi teriam sido piores do que guerras de ordenamento mundial, massacres de guerras civis e assassinatos por radicais de direita. Estes últimos, em particular, são frequentemente retratados como o legado de um Estado há muito desaparecido. Inversamente, os políticos da direita radical gostam de se apresentar como os "continuadores da revolução de 1989" para instigar a juventude economicamente descartada, especialmente nos Estados federais orientais, contra as e os migrantes e refugiados.

Pouco conhecido é que Robert Kurz acompanhou ensaisticamente o processo de reunificação alemã no início da década de 1990, não escondendo os trejeitos e disparates do modelo económico do socialismo real, mas também não escondendo de modo nenhum o saque criminoso por grupos capitalistas da Alemanha Ocidental começado em 1990.

Entre outras coisas, provou na altura que o colapso da RDA e da sua economia "(ocorreu) dentro de uma lógica definida pelo próprio capitalismo, que nunca tinha sido abandonado". O marxismo da modernização como fundamento ideológico do socialismo real tinha-se tornado "entretanto completamente obsoleto, não porém porque fosse 'errado', mas porque a sua tarefa se tinha esgotado".

Continua actual a exigência de Kurz de uma alternativa à omnipotência do mercado e às suas consequências bárbaras, ou à marcha para a barbárie favorecida pela direita. Tal alternativa só poderá levar a uma "sociedade para além do Estado e do mercado", ou seja, a uma "abolição do moderno sistema produtor de mercadorias".

 

Sábado, 25.09.2021, a partir das 19 horas: Assembleia Geral da Verein für kritische Gesellschaftswissenschaften e.V. [Associação para Ciências Sociais Críticas]

A Assembleia Geral da Verein für kritische Gesellschaftswissenschaften e.V. está aberta a todos os membros da associação.

 

Domingo, 26.09.2021, 10-12 horas: Roswitha Scholz – Marxismo-Feminismo 2021

Desde a última década, o marxismo-feminismo tem vindo a florescer novamente. Muitos congressos foram organizados sobre o tema e muitas antologias publicadas; bastantes revistas feministas e de esquerda tiveram como tema um "feminismo materialista". As discussões de hoje giram mais em torno de cuidados, classe, sujeito etc.; mesmo os teóricos e teóricas desconstrucionistas ou do ponto de vista não podem evitar dar ao "material" um lugar central. Neste processo também está de novo a erguer a cabeça um movimento operário marxista já anacrónico, que vê a contradição social fundamental na oposição entre a classe trabalhadora e a classe capitalista.

Depois de um boom do fetiche na esquerda, mediado sobretudo por uma "Nova Leitura de Marx", com o avanço da decadência do capitalismo está de volta um marxismo da luta de classes, não obstante o declínio do marxismo do bloco de Leste desde 1989. Tendências retrógradas e autoritárias estão à vista não só à direita, mas também à esquerda. Nem sequer se evita uma referência ao desbotado socialismo de Estado, a Lenine etc. Assim a esquerda bem como as e os feministas de esquerda também contribuíram para as teorias da conspiração na pandemia de coronavírus, ao verem o problema fundamental nas relações de dominação personificadas no sentido da "classe dominante". Vou agora tratar, do ponto de vista da crítica da dissociação-valor, de algumas destas novas concepções do marxismo-feminismo surgidas desde a primeira década deste século. O que aqui salta à vista é que elas não têm realmente em conta uma crise fundamental e o "Colapso da modernização".

 

 

Local do seminário

Jugendherberge Mainz

Otto-Brunfels-Schneise 4

55130 Mainz

Telefon 06131/85332 mainz@diejugendherbergen.de https://www.jugendherberge.de/jugendherbergen/mainz-411/portraet/

 

Acessos

De comboio: A partir da estação, linhas de autocarros 62 e 63 em direcção a Weisenau-Laubenheim, paragem "Am Viktorstift/Jugendherberge".

De carro: No anel viário A60 Mainz-Darmstadt, saída em Weisenau/Grossberg em direcção a Innenstadt/Volkspark.

 

Custos por pessoa com alojamento e alimentação, de sexta a domingo:

Quarto com três/quatro camas com duche/WC: 75 euros por pessoa (16 lugares)

Quarto com duas camas com duche/WC: 90 euros por pessoa (8 lugares)

Quarto individual com duche/WC: 110 euros (6 lugares)

 

Há 30 lugares disponíveis.

 

Participação apenas no seminário: 20 Euros.

Participação apenas no seminário com pensão completa: 40 Euros.

 

Por favor não transferir antecipadamente, mas trazer dinheiro.

 

Quem não pretender alojamento, mas apenas algumas refeições, indique por favor quais no momento da inscrição (pequeno-almoço, almoço, café da tarde, jantar).

 

Aos/às participantes que não queiram ficar na pousada pedimos para procurarem um alojamento externo. O gerente de pousada da juventude indicou-nos o Hotel Stiftswingert (em Stiftswingert 4, Tel 06131-982640) e o Hotel Ibis (Junto à Südbahnhof; Holzhofstr 2, Tel 06131-2470); o centro de conferências é facilmente acessível a pé a partir de ambos.

 

Desconto

Quem tiver dificuldade no pagamento não deve desistir do seminário, mas colocar o problema no acto da inscrição para se conseguir um desconto.

 

Inscrição

Por favor, indique no momento da inscrição se deseja comida vegetariana. Caso contrário, assumimos comida não vegetariana.

Por e-mail: seminar + @ exit-online.org (junte manualmente e omita o sinal mais).

 

Covid-19

Pedimos a observação estrita das normas sobre pandemia e higiene, tanto a quem se hospedar no albergue da juventude como aos participantes no seminário [ver também https://www.diejugendherbergen.de/cms/upload/hygiene/Pandemieund_Hygienekonzept.pdf]

 

[Programa completo em 5/9/2021]

 

 

Thomas Meyer pela redacção da exit!

 

 

 

Original exit!-Seminar 2021, Der Kollaps der Modernisierung heute II, 24-26.09.2021 in Mainz, in: https://exit-online.org/pdf/Programm_Seminar_2021.pdf.

 

 

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