Udo Winkel
Desde a passagem do século até à I Guerra Mundial, Viena foi marcada por cientistas, intelectuais, poetas e literatos judeus. E foi simultaneamente marcada pelo anti-semitismo, sob o seu burgomestre Karl Lueger. Até Hitler, vindo de Braunau para a metrópole danubiana, formou aqui as primeiras bases do anti-semitismo.
Saíram agora, no seu 90º aniversário, os ensaios de Egon Schwarz do período 1975-2003 Wien un die Juden. Essays zum Fin de Siècle (Editora C. H. Beck, Munique 2014, 173 pags., 22,95 €). Schwarz, nascido em Viena em 1922, conseguiu fugir para a Bolívia em 1938 e lutou pela vida como pedreiro, vendedor ambulante, guarda-livros e mineiro, até finalmente conseguir estudar. Foi um dos mais célebres germanistas nos EUA e chegou a professor em Harvard e St. Louis. Como intelectual judeu de esquerda participou também activamente no movimento contra a guerra do Vietname.
Os ensaios agora apresentados versam sobre Judeus e Anti-Semitas na Passagem do Século (“Cadinho ou Inferno”), sobre Joseph Roth e a Literatura Austríaca, sobre Arthur Schnitzler e o Judaísmo, sobre Franz Werfel e a Problemática Sócio-Psicológica dos Judeus, sobre Emil Franzos, a Assimilação e os seus Limites Realistas e ainda sobre o Auto-Entendimento Judaico dos Autores Judeus. Em “A expulsão de Viena vista em perspectiva” e “Como um estudante de liceu vienense se torna pícaro nos Andes” o tema é o seu próprio destino. Como diz acertadamente o seu editor Jochen Bloss, Schwarz é não só um notável erudito, mas também um narrador literário de alto nível.
Original WIEN, DIE JUDEN UND DER ANTISEMITISMUS Publicado na revista EXIT! Krise und Kritik der Warengesellschaft, nº 12 (11/2014), pag. 173-174, [EXIT! Crise e Crítica da Sociedade da Mercadoria, nº 12 (11/2014)], ISBN 978-3-89502-374-3, 192 p., 13 Euro, Editora: Horlemann Verlag, Heynstr. 28, 13187 Berlin, Deutschland, Tel +49-(0)30 49307639, E-mail: info@horlemann-verlag.de, http://www.horlemann.info/.